do mar azul e lento vi você se perder
ostra
Por saber que a ostra, quando desnuda, perde o sentido de horizonte é que sei a razão pela qual aquele vasto mar para mim hoje é solidão. O que são os vazios naquela casa repleta de não onde nem a memória pousa sobre os objetos? Qualquer expressão. Abandono e esquecimento. Vejo o tempo guardado naquela casa. Vejo olhos que repousam sobre poças de lama. Distraídos eles veem a casa refletida. Ilusão. E eu me pergunto qual afinidade há entre a poça e a casa? Que estreita relação há entre você e um ponto?
O caminhar parado do tempo possui todas as portas fechadas. São como desígnios de um copo vazio. Somente um copo vazio. A alma por dentro nem lama, nem espalho d’água, nem ilusão. A alma por dentro nem morta, nem revolta, a alma por dentro da ostra, que nem ostra sem casa, porque ostra desnuda não tem horizonte.
Oyster
I know the oyster, when naked, loses the sense of horizon it is the reason that vast sea to me today means loneliness. What are the gaps in that house full of “no”, where neither the memory lands on the objects? Any expression. Abandonment and forgetfulness. I see the time saved in that house. I see eyes that rest on mud puddles. Distracted they see the house reflected. Illusion. And I wonder what is the affinity between the puddle and the house? How close you are from a single point?
The stop-walking of time has all its doors closed. They are like plans of an empty cup. Only an empty glass. The soul inside neither mud, or water mirror, or illusion. The soul inside neither dead, nor revolt, the soul inside the oyster, like a homeless oyster, because naked oyster has no horizon.
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